Redes integradas para uma maior flexibilidade

A procura de capacidade na carga aérea continua elevada. No entanto, de acordo com os especialistas, há um risco crescente de excesso de capacidade. É expectável que a procura de capacidade e, por acréscimo, por voos fretados diminua a médio e longo prazo?

Estamos a contar que uma maior capacidade de transporte chegue ao mercado. Por um lado, as principais companhias de navegação investiram no transporte aéreo. Por outro lado, as companhias aéreas estabelecidas encomendaram vários novos aviões de carga, ao mesmo tempo que converteram aeronaves de passageiros em “preighters”, ou seja, um avião de passageiros que é temporariamente operado como um avião de carga.

No atual ambiente económico, esperamos também uma queda da procura por parte dos consumidores devido às enormes subidas dos custos. Além disso, está a tornar-se cada vez mais evidente que existe uma tendência para o "nearshoring" em certas indústrias, com empresas a transferir as suas operações para um local mais próximo. Isto destina-se a antecipar as dificuldades de abastecimento globais causadas pelas frequentes paralisações nos principais aeroportos e portos marítimos.

Os aeroportos europeus e norte-americanos enfrentam enormes desafios. Há falta de trabalhadores em todos os setores, os processos são tudo menos contínuos e a assistência em terra está a enfrentar atrasos e problemas. Qual é a sua avaliação da situação?

A situação é realmente grave. A falta de trabalhadores é um problema global, o que mostra que são as pessoas que mantêm as coisas a funcionar: sem pessoal qualificado e motivado, tudo pára.

Durante a pandemia e os confinamentos, muitas pessoas transitaram para novas carreiras. Isso exacerbou ainda mais a situação já tensa causada pelas alterações demográficas, resultando em grandes problemas – por exemplo, nos serviços de assistência em terra nos aeroportos – que, por sua vez, afetaram o transporte aéreo de mercadorias. As companhias aéreas reagem com o cancelamento de voos, adiando-os para períodos menos movimentados ou impondo embargos a determinados produtos.

A duração desta situação vai depender, em grande medida, da rapidez com que os novos trabalhadores possam ser recrutados. Mas estamos a contar que esta situação mantenha o setor em tensão por mais algum tempo. A vaga de viajantes durante o período de férias de verão irá, sem dúvida, exercer uma pressão adicional.

Face a tudo isto, como pode a DACHSER oferecer serviços de carga aérea fiáveis aos seus clientes?

A nossa equipa global de transporte aéreo responde à situação diariamente e trabalha arduamente para assegurar uma rede fiável e resiliente para os nossos clientes. Para tal, e cada vez mais, os voos têm de ser desviados para aeroportos mais pequenos.

Vou dar-vos um exemplo. Os grandes aeroportos de Frankfurt, Paris e Chicago são atualmente afetados por congestionamentos e interrupções. Assim, sempre que possível, desviamos os voos de carga para aeroportos alternativos, geralmente mais pequenos, para aliviar a situação e assegurar que as operações decorrem sem problemas. Alguns dos nossos voos charter, por exemplo, aterram em Frankfurt-Hahn ou Liège, na Bélgica, em vez de Frankfurt. E graças à capilaridade da nossa rede de transporte terrestre europeu, podemos redistribuir a mercadoria por toda a Europa. Com base nesta rede integrada, entre transporte aéreo e marítimo e transporte terrestre, podemos oferecer soluções com grande flexibilidade e estabilizar as cadeias de abastecimento dos nossos clientes.